novembro 02, 2008

A função humanizadora da Moda - CIM 2008


> RESUMO DA PALESTRA DE ALFREDO CRUZ NO 1º CONGRESSO INTERNACIONAL DE MODA, em 23/10/08, Madri


ALFREDO CRUZ (filósofo espanhol)

“A moda expressa algo que o corpo não pode expressar”, com essa frase o filósofo espanhol Alfredo Cruz, expôs uma das mais interessantes palestras do Primeiro Congresso Internacional de Moda. Para ele a moda não deve ser vista como algo frívolo, mas entendida como elemento cultural que expressa valores humanos. A moda promove o valor do nosso estar no mundo (que não é somente físico, mas ao nosso modo de estar singular); do personar-se. E, para que tenha valor real, valor cultural a moda deve estar ligada ao viver, as vivências reais.
O contrário, a moda despótica não é senão a expressão de si mesma, que não nos permite dizer nada sobre nós, sobre a nossa presença no mundo e nesse sentido deixa de ser um acontecimento humano. A moda em seu sentido mais forte deve oferecer os recursos lingüísticos que permitam a nossa expressão pessoal.
Contrapondo-se a moda despótica o filósofo recorre ao mito de Narciso. Para ele se a moda olhar apenas para si mesma ela irá morrer; para que seja humana terá de olhar para o mundo e para o vivido. Critica o narcisimo tanto econômico como do processo de criação da moda (especialmente dos criadores fechados em seu mundo). Mas, aletra também para o perigo de entender a moda ética como uma moda a serviço de... A moda a serviço da paz, da pobreza, da política, da consciência. Para ele isso não é uma moda ética, já que ela torna-se um instrumento de uma causa que lhe é externa. A moda não deve servir a causas que lhe são exteriores já que a ética da moda reside em si mesma. O cultivo da moda, no sentido cultural é fundamental para a transcendência humana: a moda é algo verdadeiramente humano.

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