fevereiro 28, 2008

Convite para assistir o evento "As Tramas do Contemporâneo" (Itaú Cultural)


Queridos alunos e colegas esse é um convite para que participem, virtualmente, do evento "As Tramas do Contemporâneo" (promovido pelo Rumos Itaú Cultural) que irá reunir, de 04 a 07 de março em São Paulo, grandes nomes nacionais. A proposta é discutir "o presente a partir da observação das transformações sociais, espirituais, estéticas, políticas, tecnológicas e psicológicas deste início de século XXI". E, para renovar minha satisfação, retornarei à São Paulo para o evento a convite do Itaú, na condição de selecionada do prêmio Rumos Itaú Cultural de Jornalismo, na categoria professor(a) universitário(a).

Os debates vão ser transmitidos, às 19:30h, ao vivo e direto da Sala Itaú Cultural, pelo site do www.itaucultural.org.br.

fevereiro 23, 2008

Porque a Lei de Informação é importante para os jornalistas e para a sociedade

A atual liminar que suspende trechos e alguns artigos[1] da Lei da Informação revela que o texto de 1967 merece pequena revisão; mas que, em seu conjunto, há significativas virtudes nessa Lei, não só para a profissão, mas para garantir o direito à informação para a sociedade. Tal afirmação parece, a princípio, polêmica, já que muitos receberam com euforia a idéia de sua possível extinção. Tal reação vem, na maioria das vezes, motivada não pela avaliação da Lei em si, mas em sua associação com o período militar. No entanto, mesmo sabendo que se trata de uma questão delicada não podemos nos esquivar de pensa-la acionando o nosso senso reflexivo e crítico. Assim, cabe, antes de tudo, avaliar o que efetivamente diz a Lei de Imprensa e até que ponto procede à afirmação de que ela oferece mais sanções do que direitos aos jornalistas.

PARA SABER QUAIS SÃO OS ARTIGOS SUSPENSOS E CONTINUAR A LER O TEXTO ACESSE...
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=474CID004

fevereiro 13, 2008

Com quantos "nãos" se faz um "sim"


Uma trajetória bem sucedida é feita de uma seqüência desestimulante de “nãos”. A sua repetição pode ser, de tal modo devastadora, que supomos sermos portadores do estigma dos “destinados a perder”. Alguns, realmente, desistem do caminho, em busca de novos mais confortáveis. Mas, como diria meu velho amigo Nietzsche “quem escolhe o atalho perde o caminho”. Na vida só existe um caminho, sair dele, nesse sentido, é por a perder a realização plena do que se “é” e do que se “pode vir a ser”.
Cada vez mais me convenço de que o segredo do sucesso está em uma obstinada persistência, apesar de todos os fatores externos apontarem, negativamente, no sentido de continuar. E, olha que isso não é fácil, requer uma solidão e uma fé de que poucos são capazes. É esse passo para frente onde todos param que define quem é quem. O que distingue os que suportam as mais adversas situações e que se arriscam no escuro quando nada parece indicar favoravelmente. Uma espécie de Tuaregues. Essa imagem é mesmo apropriada, pois para quem não sabe, os Tuaregues são um grupo étnico da região do Sahara e podem ser encontrados em todas as partes do deserto. A palavra árabe "Tuareg" significa "abandonados pelos deuses ou ainda Imouhar(en), Imashagen "os livres". Essa sensação de abandono, de que não há nenhum plano de transcendência além da existência se dá não as custas de um ateísmo, mas de um novo tipo de fé, uma que independe de credo, mas que só pode emergir do próprio sujeito. Eis porque os abandonados por Deus são também os Livres. Pois, ser livre “é ser indiferente às amarguras, as asperezas, as privações, à própria vida; é estar pronto a sacrificar tudo, sem sacrificar a si mesmo. Liberdade significa o instinto alegre de guerra e de vitória” (Nietzsche, p. 89, CI).
A vida, portanto, é luta
. E, tal frase, não é uma mera expressão vazia, mas repleta de uma significativa verdade. Pois, afirma que não podemos parar, que não nos é dado o direito de recuar e que sempre estaremos diante de novos e renovados desafios. Somos seres em estado de alerta, em movimento e a vida nos convida a embates diários.
Assim, defendo, aqui, que a seqüência de “nãos” ou de lutas perdidas são necessárias. Tornam a mão calejada e o espírito atrevido. Quanto mais ao limite for levado o sujeito e com quanto mais gana mantiver-se de pé, sem sucumbir, mais forte torna-se. O que significa contrariar toda a filosofia darwinista que parte do pressuposto que só os fortes sobrevivem. Errado! Só os fracos e obstinados pela força sobrevivem. São os fracos os que se tornam os fortes, pois quem acostumou-se a plenitude da vida é facilmente atingido por um golpe, enquanto o fraco habituou-se as lutas, ao perigo. E, ele, o perigo, "é o único que nos leva a conhecer nossos recursos, nossas virtudes, nossos meios de defesa, nosso espírito – que nos obriga a ser fortes... Primeiro princípio: é preciso ter necessidade de ser forte, caso contrário, nunca se chega a sê-lo” (Nietzsche, p. 89, CI).
É nesse sentido, em que se entende a vida como uma infindável conquista que nos exige a maior força no momento de maior fraqueza, que podemos afirmar que “a guerra educa para a liberdade”

Isabelle Anchieta