março 31, 2008

Quem disse que a Indústria Cultural não é arte?



Quem duvida disso deveria ver/ouvir/sentir a exposição em cartaz no Palácio das Artes* sobre o designer Gringo Cardia. Sabe as capas dos Cds do Skank? Da Cássia Eller? E os cenários do show da Pitty? Pois é, é ele, Gringo Cardia, o designer responsável por essas belíssimas criações. Expostas no museu nos conduzem a estranhá-las como expressões legítimas de arte, já que nos provocam e nos chamam para sua beleza e inusitado. A exposição apresenta maquetes dos cenários dos shows e peças de teatro; clipes e fotos dos CDs e suas capas . É, em si, dinâmica e evolvente como o é a Indústria Cultural. Mostra que, para ser arte, não tem que ter dedinho no rosto (o Pensador!) e dar sono. A cultura audiovisual não é, como alguns pensam, o empobrecimento dos nossos sentidos, ao contrário, é o aguçamento sinestésico deles.

Para saber mais sobre a exposição Gringo Cardia...

3 comentários:

Unknown disse...

haha... esse post vai dar "pano pra manga"... mas primeiro vou conferir a exposição.

Isabelle De Melo Anchieta disse...

Tenho certeza da polêmia que a afirmação pode causar. Mas, quem sabe não está na hora de abalar os lugares demarcados como alta e baixa cultura da Teoria Crítica (que definiu o conceito de Indústria Cultural). Não estou negando sua contribuição - que para mim está, especialmente, na denúncia da racionalidade instrumental como um novo dogma. No entanto, a visão elitista de baixa e alta cultura que não concede espaço para a mídia na produção de qualidade me parece equivocada. Há muitas coisas boas sendo produzidas, faltam olhos para ver, ouvidos para escutar e pele para sentir,

Bjs - me conta o que achou da exposição depois

Unknown disse...

Oi Isabelle,
Adorei a exposição, apesar de ter visto tudo com muita pressa... Enfim.
Na verdade eu compartilho com o seu pensamento ao dizer que: "temos que abalar os lugares demarcados como alta e baixa cultura".
Dentro da esquerda, e até mesmo no meu partido (PSTU), por exemplo, essa demarcação fica muito clara, pois se por um lado tomamos a "causa" das massas como nossa, por outro negamos sua produção cultural e também a sua forma de ingeri - la ( se assim posso dizer), preferimos sempre compactuar com o pensamento "burguês" ao definir o que é ou não cultura (ou arte) e de certa forma também marginalizamos toda expressão cultural que está a margem dessa delimitação.
É comum a expressão na esquerda: "Precisamos retomar o caminho das massas, é preciso retomar o caminho das fábricas". Essas expressões vêm de uma análise de proletariado defasada, (e nem por isso menos importante) à medida que o proletário de Marx não está na sua maioria nas fábricas e sim nos guetos, nas ruas, nas quebradas e por aí vai. Então compreendo que RETOMAR O CAMINHO DAS MASSAS É RETOMAR O CAMINHO DOS GUETOS, DAS RUAS E DAS QUEBRADAS... E A COMEÇAR POR QUEBRAR AS “MURALHAS” QUE NOS IMPEDEM DE VER O QUE HÁ DE BOM NA CULTURA DAS MASSAS (não de massa)... TALVEZ POSSMOS APRENDER A “VER”, “OUVIR” E “SENTIR”... E ACREDITAR QUE A LUZ NO FIM DO TÚNEL NÃO É O TREM VINDO EM NOSSA DIREÇÃO...
Isabelle, adoroooooooo a sua aula!!! Bjos.