maio 22, 2012

"Eu não quero acabar, eu só quero fazer"


"Trabalhando de canivete, no pau de aroeira: 
_ Mas assim você não vai acabar nunca!
_ Eu não quero acabar, eu só quero fazer" (Renata Pallotini)

Nos conciliamos com o tempo: suspenso nesse encontro,
Da criação que nos estende,
Apagam-se as horas na morada da relatividade.
Não há sinal de fome,
Satisfeitos que estamos com as palavras que nascem e formam um sentido que nos supera
Seguir...
Não há objetivo ou razão que nos motive,
Há uma força, uma paixão,
Uma entrega
Nossos olhos tornam-se sagazes,
Nossa mente cria conexões improváveis,
Nossa alegria, um tom a mais,
A sensação é de que estamos construindo algo importante, sem saber ainda como o será e para quem
Continuamos....
Ao escurecer, quando a noite parece nos sinalizar o tempo: paramos.
E, só depois disso percebemos o cansaço,
Recobramos as pequenas coisas da vida: a conta na mesa, o relógio, o livro...aparecem.
Nos damos conta desses duas vidas. Esferas que estão no mesmo espaço e dividem-se por uma porta invisível. Uma porta, não uma janela. Porque nela passamos por inteiro de um lado a outro. Ambos espaços reais, que não deixam por isso de serem construções...
Um deles nos suspende, no outro faz frio e o relógio indica que já é tarde. Dormir para trabalhar amanhã
Exaustão misturada com essa sensação boa.
De ter se superado;
Superado o tempo
Esse passo agora gravado nas palavras que deixamos o rastro dessa passagem...

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