"- Engraçado. Eu canto em tantos lugares do mundo, para cinco mil, dez mil, quinze mil pessoas, e então elas dançam, algumas choram, aplaudem, vibram com a minha música. É como se fosse uma missa com emoções compartilhadas - mas depois todos vão embora e eu vou para o camarim sozinho. Depois eu vou sozinho para o hotel ou para a minha casa e me pergunto: para onde foram as pessoas". O depoimento, de um músico brasileiro é parte de uma crônica de Luiz Fernando Emediato. O tema: intrigante. A solidão do artista.
É uma solidão de um tipo muito especial que Milan Kundera já havia descrito em seu romance: a do "olhar do público"(ILS,p.271). Para isso a imagem do palco é perfeita> ali o artista está sob o olhar distante e invasivo da platéia. Muitos o observam, poucos o conhecem.
Por essa razão será sempre uma fraude. Pois atrás de toda a imagem pública e de sucesso há um fardo: o do défcit entre a expectativa do público sobre uma atuação linear e previsível e os limites e contradilções do ator social. Para manter sua imagem, frequentemente, esconde-se com medo de ser defraudado, desmascarado e porque não: humanizado. Adélia Prado aconselhou uma vez que: "o público nunca deveria aproximar-se ou conhecer seu escritor senão por meio de sua obra". Tal conselho deu-se durante uma palestra para poucos convidados, momento em que externalizava seu incômodo de estar ali, tão próxima dos seus leitores. Em um texto transforma sua vulnerabilidade em poesia: "A edilidade vai me ovacionar. No entanto, se me escavarem, nada encontraram. A não ser desejo, quase ingratidão" (Menina aprendiz)
É uma solidão de um tipo muito especial que Milan Kundera já havia descrito em seu romance: a do "olhar do público"(ILS,p.271). Para isso a imagem do palco é perfeita> ali o artista está sob o olhar distante e invasivo da platéia. Muitos o observam, poucos o conhecem.
Por essa razão será sempre uma fraude. Pois atrás de toda a imagem pública e de sucesso há um fardo: o do défcit entre a expectativa do público sobre uma atuação linear e previsível e os limites e contradilções do ator social. Para manter sua imagem, frequentemente, esconde-se com medo de ser defraudado, desmascarado e porque não: humanizado. Adélia Prado aconselhou uma vez que: "o público nunca deveria aproximar-se ou conhecer seu escritor senão por meio de sua obra". Tal conselho deu-se durante uma palestra para poucos convidados, momento em que externalizava seu incômodo de estar ali, tão próxima dos seus leitores. Em um texto transforma sua vulnerabilidade em poesia: "A edilidade vai me ovacionar. No entanto, se me escavarem, nada encontraram. A não ser desejo, quase ingratidão" (Menina aprendiz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário