Meu cavalo morreu. E, com ele, parte da minha experiência de liberdade. Dizem que são as pessoas que nos formam...Verdade, mas incluiria os animais e os objetos nessa afirmação. Parece estranho?! Mas, creio que minha percepção do mundo está mediada por muitas experiências: a do avião, da fotografia, dos carros, dos livros, das telas....Mas, hoje quero falar do meu branquinho. Não tinha nome, apenas sua cor, um branco manchado (de bolinhas negras). Não que seja a ausência de sua nomeação uma desconsideração da minha parte, mas o reconhecimento de que não podia ser cercado por palavra, arame, curral algum... Era um bicho bravo. “Tinha ardência”, dizia meu pai. Era difícil montar nele, já saia disparado. Se outro cavalo ao lado o ultrapassasse...ai, ai, ai...eu já me preparava...unia forças (não sei mais de onde) e ultrapassava... sempre. Tinha de estar ali: na frente. Cavalgava um espírito nato de um cavalo de corrida.
Uma vez me jogou em um monte de espinhos, sangrei como nunca. Me levantei, bati em seu rosto e voltei a ele. Não me ofendia: me ensinava a ser brava. O branquinho era assim...não gostava de ordem: gostava de correr. Isso, sim, como gostava...como se eu não estivesse em cima dele querendo o mesmo. Era ele ali, querendo. Uma vontade visceral, sentida, que me liberava do peso do cabresto. Sinônimo de uma experiência rarefeita em minha vida: a de não sentir culpa. A melhor tradução que encontrei para a liberdade. Éramos, assim: dois brincando de sermos livres nesse galope. Separados: unidos. Companheiros em busca desse ar acelerado, desse coração que palpita, desse medo alegre...
Como posso sentir isso sem ele? De verdade, eu ainda não sei...
Uma vez me jogou em um monte de espinhos, sangrei como nunca. Me levantei, bati em seu rosto e voltei a ele. Não me ofendia: me ensinava a ser brava. O branquinho era assim...não gostava de ordem: gostava de correr. Isso, sim, como gostava...como se eu não estivesse em cima dele querendo o mesmo. Era ele ali, querendo. Uma vontade visceral, sentida, que me liberava do peso do cabresto. Sinônimo de uma experiência rarefeita em minha vida: a de não sentir culpa. A melhor tradução que encontrei para a liberdade. Éramos, assim: dois brincando de sermos livres nesse galope. Separados: unidos. Companheiros em busca desse ar acelerado, desse coração que palpita, desse medo alegre...
Como posso sentir isso sem ele? De verdade, eu ainda não sei...
Um comentário:
Muito bonito isso Isabelle, a construção da nossa liberdade, o prazer da conexão com outros seres naturais, que por vezes nos devolvem a sensação de ligação com um outro mundo mais distante, mas que não deixamos de pertencer.
Postar um comentário