As fotos são uma expressão contraditória do que sentimos. Sempre sorrimos para o flash. Não fazê-lo seria igualmente uma "atuação" às avessas. O que cria uma curiosa sinuca na nossa representação visual. A combinação com o texto é boa nesse sentido, restitui à cena algumas sensações que não podem ser capturadas por esse instante. Nem sempre viajar todo o tempo é bom (ficar longe do seu trabalho, carreira, amigos, cidade, língua). O estado de férias contínuas _o sonho de muitos brasileiros e suas mega-senas_ pode revelar-se para outros o fim dos desafios criativos. Nem sempre a presença de pessoas significa companhia e amizade. "Detesto quem me rouba a solidão, sem me oferecer a verdadeira companhia" Nietzsche (que em geral encontro nos livros, com autores que merecem meus ouvidos e meu tempo). Por isso, encontrar amigos de verdade é tão bom!! Um oásis em meio a uma multidão de pessoas e compromissos. Um pedacinho silencioso no meio de tanto barulho. Onde podemos repousar nossa imagem, mesmo que por um instante, das representações e dos cenários.
Um comentário:
Ótimo texto, Isabelle! Esse tipo de reflexão, apesar de ser tão simples, quase ninguém consegue faze-la. Vejo as pessoas na inércia dos padrões impostos pelo Senso "comum", como exemplos próximos são as redes sociais: as pessoas precisam mostrar que estão felizes, frequentando os lugares mais badalados e desejados e, na maioria das vezes, é uma representação alegórica, uma criação de um mundo que ela acredita ser o perfeito, mas nem sempre é o mais satisfatório.
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