Há dias que uma pedra pode inspirar um poema (que o diga Drummond), mas há
outros que pedra é pedra mesmo e ponto final.
Os propósitos parecem bons e a força para alcançá-los nos toma.
Nos sentimos sem energia, vazios,
A falta de sentido nos arrebata.
E se avida
não faz sentido, nossa vida parece contribuir para esse nada,
Não acreditamos no nosso valor e por isso, não sabemos porque nos
dão atenção, se preocupam...
Isso me lembra Khalil Gibran: “Não é a taça que contém vosso vinho a
mesma que foi queimada no forno do oleiro?”
Quem sabe me conformo e passo a entender, tal como Gibran, essa
indissociável e inescapável relação
"Elas são inseparáveis.
Vêm sempre juntas;
e quando uma está sentada à vossa mesa, lembrai-vos de que a outra dorme em
vossa cama.Em verdade, vós estais suspensos como os pratos de uma balança entre
vossa tristeza e vossa alegria.É somente quando estais vazios que estais
equilibrados.
Quando o guarda do tesouro vos suspende para pesar seu ouro e sua prata,
então deve a vossa alegria ou a vossa tristeza subir ou descer”.
4 comentários:
Muito bom! Parabéns!
Lindo!
Excelente texto.....tudo é provisório....em um momento somos especiais.....em outro...somos mais um na multidão......tem momentos que um dia é mágico....em outros...a mágia se torna piegas....
F.CAPONE
Caro,
Acredito que o que define a permanência está muitas vezes associado ao grau de entrega entre as pessoas. Entregar-se parcialmente as pessoas, situações, pode parecer uma forma de se proteger-se, mas no fundo é se condenar a viver uma meia vida. São os graus de entrega mútua que definem a qualidade e durabilidade das relações.
Não me referia a descartar pessoas em meu texto. Elas ficam, sempre em nossa memória afetiva. Elas mudam nosso percurso. Como define Rousseau a felicidade é um estado instável porque a razão da nossa maior alegria e da maior tristeza está em sua grande maioria associado a nossa relação com o outro. E o outro está sempre fora do nosso controle. Para bem e para o mal. Não há saída. Por isso o melhor é entregar-se incondicionalmente, sob pena de não podermos viver a intensidade da vida em nós.
Postar um comentário