Não poderia imaginar que a segurança que me acompanhava há anos, um pedaço de mim, pudesse _ em um corte _ ser amputado, separado. Está. É fato. A morte é um corte no tempo que nos separa em instantes da companhia tão amada, tão viva...Agora, é fato. O corte no tempo se impõe. Há segundos, agora horas, agora semanas que me separam aos poucos. De castigo: essa solidão silenciosa, fatal. Vivo todos os sentimentos: ora raiva, melancolia, saudade, alívio, tristeza, confusão, revolta, cansaço. Não sabia como eles poderiam se alternar com tanta velocidade....Enfrento, ainda sem saber como sair, o meu mais grave sentimento, minha mais exigente superação,
fevereiro 26, 2009
O corte no tempo
Não poderia imaginar que a segurança que me acompanhava há anos, um pedaço de mim, pudesse _ em um corte _ ser amputado, separado. Está. É fato. A morte é um corte no tempo que nos separa em instantes da companhia tão amada, tão viva...Agora, é fato. O corte no tempo se impõe. Há segundos, agora horas, agora semanas que me separam aos poucos. De castigo: essa solidão silenciosa, fatal. Vivo todos os sentimentos: ora raiva, melancolia, saudade, alívio, tristeza, confusão, revolta, cansaço. Não sabia como eles poderiam se alternar com tanta velocidade....Enfrento, ainda sem saber como sair, o meu mais grave sentimento, minha mais exigente superação,

fevereiro 16, 2009
Pedaço de mim
A
"
É
(Chico Buarque)

fevereiro 13, 2009
Sobre os indutores do prazer e da beleza

Induzir. Instigar, convidar os sentidos, o corpo. O que chamo de indutores do prazer e da beleza nada mais são do que os pequenos objetos, gestos, ocasiões de que nos cercamos para termos experiências breves e transformadoras, que configuram, em sua constância, a beleza em nós (no que somos e no que nos cerca). As flores sobre a mesa. O ritual de tomar café. Ler o jornal do dia. O encontro com os amigos após o trabalho. Regar as plantas. Galopar. Nadar no "Rio Grande". Ver o entardecer da varanda. Ler um livro com calma e prazer na cama. Um vinho. Um jantar. Um belo vestido. A maquiagem. Um toque de quem amamos, um olhar demorado... Uma paisagem: as montanhas, o mar (o mar...). A casa limpa, perfumada. Cortinas de vuol dançando ao vento. Música. Essas pequenas coisas de que devemos nos cercar, que nada tem de ostentatórias ou artificiais, mas necessárias para produzir a beleza e prazer a nossa volta e em nós. Simbiose alegre...
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