É possível colocar em cheque a máxima “sem sacrifício hoje, não há felicidade amanhã”? Sim, é possível. Como? Para entender melhor iremos definir de forma esquemática as 3 atitudes básicas das pessoas diante da vida e da busca pela felicidade:
1) O Mártir: aquele que acha que a felicidade está no futuro e, por isso, sacrifica-se no presente. Sua felicidade está em alcançar metas, mas após o alívio de atingí-las sente-se novamente vazio, buscando infinitamente uma nova meta.
1) O Mártir: aquele que acha que a felicidade está no futuro e, por isso, sacrifica-se no presente. Sua felicidade está em alcançar metas, mas após o alívio de atingí-las sente-se novamente vazio, buscando infinitamente uma nova meta.
2) O Hedonista: aquele que quer viver ao máximo o hoje, o presente e não se importa com as conseqüências de seu prazer imediato. Trata-se de uma pessoa constantemente em "ressaca" pelo excesso de prazer. Associa esforço ao sofrimento e prazer a felicidade.
3) O Blasé: pessoas constantemente insatisfeitas, indiferentes. Nada para elas está bom, mesmo quando todos os recursos para a felicidade parecem as ser oferecidos.
No entanto, a felicidade não pode nem ser uma meta futura (inalcançável); não pode ser inconseqüente com o futuro; nem indiferente. Pois, quando o mártir “confunde momentos de alívio com felicidade, reforça a ilusão de que o simples cumprimento de metas nos faz felizes” (BEN-SHAHAR, 2008). Já o hedonista “se engana quando associa esforço com sofrimento e prazer com felicidade”. Há um episódio da série televisiva Além da Imaginação que ilustra bem o erro tanto do hedonista quanto do blasé. No episódio “um criminoso cruel é assassinado e recepcionado por um anjo encarregado de satisfazer todos os seus desejos. O homem assusta-se por ter ido para o céu, após tantos crimes. Fica confuso, mas acaba aceitando sua boa sorte e começa a pedir somas de dinheiro, refeições, belas mulheres e é atendido. Desfruta de grande prazer. No entanto, com o passar do tempo o prazer começa a diminuir; sua existência sem esforço começa a cansar. Pede ao anjo algum trabalho que o desafie, mas é informado que naquele lugar pode ter o que quiser menos a oportunidade de trabalhar pelas coisas que pede. Pensando que estava no céu o homem diz querer ir para o inferno. Nesse momento a câmara faz um close no rosto do anjo e sua fase transforma-se na face do diabo. Este é o inferno que o hedonista confunde com o céu... ”(BEN-SHAHAR, 2008). Sem propósitos, objetivos e luta a vida perde o sentido e não encontramos a felicidade.
Estamos, enfim, diante da quarta e mais densa postura diante da vida....a de lutarmos, vermos sentido e propósito nessa luta, celebramos e acima de tudo acreditarmos na vida mesmo diante do sofrimento e das adversidades (o chamado por Nietzsche de amor fati). A felicidade está na travessia e não só na chegada. Trata-se de curtir a paisagem e não só o destino e trocar o pneu se for preciso. A felicidade está na luta, no que a significa e no seu resultado (bom ou ruim). É nesse sentido que podemos ser felizes agora e no futuro.
No entanto, a felicidade não pode nem ser uma meta futura (inalcançável); não pode ser inconseqüente com o futuro; nem indiferente. Pois, quando o mártir “confunde momentos de alívio com felicidade, reforça a ilusão de que o simples cumprimento de metas nos faz felizes” (BEN-SHAHAR, 2008). Já o hedonista “se engana quando associa esforço com sofrimento e prazer com felicidade”. Há um episódio da série televisiva Além da Imaginação que ilustra bem o erro tanto do hedonista quanto do blasé. No episódio “um criminoso cruel é assassinado e recepcionado por um anjo encarregado de satisfazer todos os seus desejos. O homem assusta-se por ter ido para o céu, após tantos crimes. Fica confuso, mas acaba aceitando sua boa sorte e começa a pedir somas de dinheiro, refeições, belas mulheres e é atendido. Desfruta de grande prazer. No entanto, com o passar do tempo o prazer começa a diminuir; sua existência sem esforço começa a cansar. Pede ao anjo algum trabalho que o desafie, mas é informado que naquele lugar pode ter o que quiser menos a oportunidade de trabalhar pelas coisas que pede. Pensando que estava no céu o homem diz querer ir para o inferno. Nesse momento a câmara faz um close no rosto do anjo e sua fase transforma-se na face do diabo. Este é o inferno que o hedonista confunde com o céu... ”(BEN-SHAHAR, 2008). Sem propósitos, objetivos e luta a vida perde o sentido e não encontramos a felicidade.
Estamos, enfim, diante da quarta e mais densa postura diante da vida....a de lutarmos, vermos sentido e propósito nessa luta, celebramos e acima de tudo acreditarmos na vida mesmo diante do sofrimento e das adversidades (o chamado por Nietzsche de amor fati). A felicidade está na travessia e não só na chegada. Trata-se de curtir a paisagem e não só o destino e trocar o pneu se for preciso. A felicidade está na luta, no que a significa e no seu resultado (bom ou ruim). É nesse sentido que podemos ser felizes agora e no futuro.
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>>"Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo. (...) Em suma: quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim."" (Nietzsche, GC).
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>>"A guerra educa para a liberdade (e para a felicidade). O que é a liberdade? (A felicidade?) É ter a vontade de responder por si, é ser indiferente às amarguras, às asperezas, às privações; é estar pronto a sacrificar a tudo, sem excecutar-se a si mesmo. Liberdade significa os instintos alegres de guerra e de vitória. (...) Primeiro princípio: é preciso ter necessidade de ser forte (e feliz), caso contrário, nunca se chega a sê-lo" (NIETZSCHE, CI, p.89)
3 comentários:
Ei...Isabelle!
Se tem uma coisa que sinto falta é de suas aulas, vc tem um perspectiva sempre sóbria e de imensa profundidade sobre os diversos assuntos.
Parabésn pelo texto; há pouco li um texto de Shopenhauer que tratava da mesma abordagem. Vou deixar o link aqui pra vc.
http://ateus.net/artigos/miscelanea/o_vazio_da_existencia.php
Abraço
JIrrés Edmundo (aluno Newton Paiva)
Interessante e inteligente seu blog/ textos. Raro e denso de ler.
parabens
Compreender o presente e ver a beleza dele. "quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim."
Parabéns Isabelle.
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