
Infinito. Há nele uma grandeza de imprecisão. De natureza imaterial, o infinito nos encanta pela incompletude, pelo inacabado e pelo que promete sem nos dar. Para Guimarães Rosa (que hoje faz aniversário, completaria 99 anos) seria esse atravessar o sentido da vida, que não se justifica nem pela saída nem pela chegada, mas pela travessia. Para F.Nietzsche a vida seria uma ponte entre o animal e o além do homem. Para Freud o desejo (esse que não pode ser saciado). O incompleto, o insatisfeito justifica o movimento contínuo da busca, da ação, do entusiasmo. Ao invés da angústia de nunca ter, a falta é o que produz a beleza, a força da luta. E, que luta!! Mas, o que seríamos sem ela, se na verdade é esse espírito aguerrido que justifica grande parte do que nos dignifica e nos fortalece (as mais significativas histórias são repletas de grandes e bons combates, que o diga Júlio César, como lembraria meu querido Caporali). Porque, no fundo, "o que não mata fortalece" (F.N, ECCH)
O infinito renova-se, renasce, brota de si. Multiplica-se até que nosso olhar se perca e não o alcance mais. Só um samba conseguiria cantar o infinito, com uma letra triste e ao mesmo tempo alegre. Em uma contradição não contraditória. Só quem sofreu de verdade sabe entender o samba. Já ouço tocar meu favorito:
(Wilson Moreira e Nei Lopes)
"Abre as asas sobre mim, Oh! Senhora liberdade. Eu fui condenado/ sem merecimento/ por um sentimento/ por uma paixão/Violenta emoção/ Pois amar foi meu delito/ Mas, foi um sonho tão bonito que chegou ao fim/ Senhora liberdade abre as asas sobre mim/Não vou passar por inocente/ Mas, já sofri terrivelmente/ Por caridade/oh liberdade/ Abre as asas sobre mim"
Voltemos ao infinito, ou melhor, nunca saímos dele - em seu eterno retorno, no constante empurrar a pedra ao pé da montanha e empurrá-la novamente, buscando nessa banalidade a revelação que vem do absurdo (Camus).
E, por fim, ou pelo início, eu pediria para tocar:
"Deixe-me ir, preciso andar/Vou por aí a procurar/Rir pra não chorar/ Quero assistir ao sol nascer/Ver as águas dos rios correr/Ouvir os pássaros cantar/Eu quero nascer, quero viver/Deixe-me ir preciso andar/Vou por aí a procurar/Rir pra não chorar/Se alguém por mim perguntar/Diga que eu só vou voltar/Quando eu me encontrar"
Candeia*
O infinito renova-se, renasce, brota de si. Multiplica-se até que nosso olhar se perca e não o alcance mais. Só um samba conseguiria cantar o infinito, com uma letra triste e ao mesmo tempo alegre. Em uma contradição não contraditória. Só quem sofreu de verdade sabe entender o samba. Já ouço tocar meu favorito:
(Wilson Moreira e Nei Lopes)
"Abre as asas sobre mim, Oh! Senhora liberdade. Eu fui condenado/ sem merecimento/ por um sentimento/ por uma paixão/Violenta emoção/ Pois amar foi meu delito/ Mas, foi um sonho tão bonito que chegou ao fim/ Senhora liberdade abre as asas sobre mim/Não vou passar por inocente/ Mas, já sofri terrivelmente/ Por caridade/oh liberdade/ Abre as asas sobre mim"
Voltemos ao infinito, ou melhor, nunca saímos dele - em seu eterno retorno, no constante empurrar a pedra ao pé da montanha e empurrá-la novamente, buscando nessa banalidade a revelação que vem do absurdo (Camus).
E, por fim, ou pelo início, eu pediria para tocar:
"Deixe-me ir, preciso andar/Vou por aí a procurar/Rir pra não chorar/ Quero assistir ao sol nascer/Ver as águas dos rios correr/Ouvir os pássaros cantar/Eu quero nascer, quero viver/Deixe-me ir preciso andar/Vou por aí a procurar/Rir pra não chorar/Se alguém por mim perguntar/Diga que eu só vou voltar/Quando eu me encontrar"
Candeia*
* o samba é creditado, geralmente, a Cartola (eu mesmo o fiz no blog). Graças a participação de um aluno, Renato Vieria, descobri que o samba é de Candeia. Além dessa informação, há outras curiosidades, como o fato de que "Candeia, além de sambista, era um policial lendário nos morros do Rio, mas acabou levando um tiro na espinha e ficou paraplégico, isso ainda nos anos 60. Porém, graças a Clarinha Nunes, ele conseguiu ter um certo sucesso e gravar 2 Lps. Mesmo assim, nunca ganhou dinheiro com música e acabou morrendo pobre no fim dos anos 70" segundo Renato.