
É por isso que “ o pedido de reconhecimento é necessariamente um combate; e visto que, para os homens, o reconhecimento é um valor superior a vida, trata-se de uma luta de vida ou morte (TODOROV, 1996,p.34).
Portanto, ser reconhecido pelo outro é mais do que uma vaidade é nosso sentido. È o que nos fundamenta como pessoa. Tanto que o romancista Milan Kundera diz que o olhar do outro é antes uma necessidade. “Todos nós temos a necessidade de sermos olhados”. E, essa necessidade adquire formas surpreendentes. Kundera chega a classificar 4 necessidades de olhares. São olhares diferentes em que queremos ser reconhecidos, demandas essas que se encaixam a diferentes pessoas. São eles:
1) O olhar do público – “o olhar de um número infinito de pessoas anônimas”
2) O olhar familiar – “são os incansáveis organizadores de coquetéis e jantares que sempre conseguem arrumar quem as olhe, mais felizes que a primeira categoria, que quando perdem seu público imaginam que a luz de suas vidas apagou-se”
3) O olhar do ser amado – “a situação dessas pessoas é tão perigosa quanto a daquelas da primeira categoria. Basta que os olhos do ser amado se fechem para se sentirem na escuridão”
4) Olhar imaginário dos ausentes – “a mais rara, a daqueles que vivem sob o olhar imaginários dos ausentes. São os sonhadores” (KUNDERA. p.271,272, 1985)